“Brasil em toda palavra - Um
país cheio de vozes e de permanente recriação cultural”. Este será o lema da
participação brasileira na Feira do Livro de 2013, nada menos que a maior feira
do livro mundial. O Brasil assume pela segunda vez (a primeira foi em 1994), o
bastão de país homenageado pela feira de Frankfurt.
Setenta escritores
brasileiros estarão presentes no evento, que acontece entre 9 e 13 de outubro. Dentre
eles, os gaúchos e gaúchas Cíntia Moscovich, Daniel Galera, Joao Gilberto Noll,
Michel Laub e Veronica Stigger. "A escolha dos
escritores que participarão da Feira de Frankfurt foi bastante difícil, porque
temos uma grande quantidade de excelentes escritores. Seguindo critérios de
publicação no exterior, obras traduzidas para outros idiomas, diversidade e
pluralidade, entre outros, que resultaram em 70 nomes. Para mim, a seleção
representa a criação literária brasileira sem qualquer estereótipo, mas
destacando seu domínio criativo", afirmou o presidente da Fundação
Biblioteca Nacional (FBN), Renato Lessa.
Da prosa às histórias em
quadrinhos, da música às intervenções urbanas. A participação brasileira na
Feira não ficará limitada à literatura. O pavilhão de 2.500 m² que o Brasil terá,
será como uma grande praça pública. De um lado, um auditório onde os 70
escritores escalados se revezam em conversas com o público; no meio, uma mesa
no formato da marquise do Ibirapuera. Sobre ela, edições estrangeiras de livros
brasileiros. Ao redor, uma instalação de Heleno Bernardi - colchões no formato
de corpos, onde o visitante pode relaxar.
Haverá também seis
bicicletas. Ao pedalar, a projeção de filmes sobre formas de circulação do
livro - de bibliotecas ambulantes a projetos mais quixotescos - é acionada.
Ali por perto, um redário e,
ao lado das redes, totens com música popular brasileira.
Encerrando a exposição - ou iniciando, não há ordem -,
um canto com uma instalação multimídia criada pelos videoartistas Gisela Mota e
Leandro Lima Serão seis grandes telas que exibirão filmes com imagens que
remontam ao universo do imaginário ficcional e poético brasileiro e que fazem
referência aos temas: metrópole, subúrbio, campo, floresta, mar e sertão. Textos
literários vão interagir com as imagens sem estarem dentro delas.
Mas a Feira de Frankfurt é
uma feira de negócios, e a ideia principal é promover o acesso de editores
estrangeiros à literatura nacional. "Teremos uma intensa programação,
abordando os diferentes aspectos do mercado editorial brasileiro. Não tenham
dúvidas de que a participação do Brasil em Frankfurt contribuirá de maneira
expressiva para a visibilidade mundial de nossos livros. Já somos um país
comprador e, agora, vamos mostrar que também estamos prontos para nos tornarmos
um país vendedor de direitos autorais", declara a a presidente da Câmara
Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa.
Um dos pontos que a
organização de Frankfurt destaca é o programa de tradução de livros criado pela
Biblioteca Nacional. De acordo com Simone Buehler, diretora de projetos da
Feira de Frankfurt, o lançamento de 256 livros brasileiros na Alemanha já está
garantido para este ano. Até o fim de 2013, a produção literária do Brasil terá
sido representada na Alemanha por um total de 92 escritores em eventos realizados
em diferentes cidades, como a Feira do Livro de Leipzig, a LitCologne, a
Internationale Kinder und Jugendbuchwochen e o Festival Internacional de
Literatura de Berlim (em setembro).