“A vida sem luta
é um mar morto, no centro do organismo universal.” Machado de Assis
A onda de protestos no Brasil chegou de surpresa. O
brasileiro levava a fama de acomodado e desinteressado há muitos anos. E devido
ao aumento tarifário de transporte na metrópole São
Paulo, foi organizado um protesto, que contou com uma reação da polícia local muito violenta. Neste mesmo
momento, vários outros fatores coincidiram: a possibilidade das multidões se
organizarem proporcionada pela internet, o descontamento com a saúde e educação falhas, o abuso nos gastos com a copa do mundo –
onde é visto claramente que nosso país nao está preparado pra receber um evento
desta dimensão. A população
se deu conta que essas não eram só reivindicações individuais, e que tinham o poder de se juntar e
ir às ruas.
Neste meio tempo, muita informação foi compartilhada pelas redes sociais. O assunto
que tomou a timeline do facebook por
muitos dias foram – e ainda são – os protestos,
as reivindicações e a vontade de ir às ruas de
muita gente. O Brasil se tornou notícia nos principais veículos de comunicação mundiais. Chegou o dia em que o Brasil ficou
mundialmente conhecido pelo seu descontamento com a corrupção e o abuso de poder, e nao somente por suas belas
praias, mulheres, carnaval, caipirinha, futebol e Amazônia! Quem tem
experiências fora do Brasil sabe nossa imagem é toda em cima destes temas.
Grandes revoluções,
como por exemplo, a Revolução Francesa, começaram com atos de descontentamento da população com assuntos pontuais, relativos a escassez financeira,
o preço elevado dos alimentos e o abuso de poder.
É comum durante protestos, que também acontecem imediatamente no Egito, na
Síria e Argentina, ocorrerem atos de vandalismo e violência, nao sendo
característica exclusiva do Brasil. Onde há democracia, deve existir a
liberdade do povo de participar ativamente das decisões públicas. A democraria
está em todos os protestos e reinvidicações
legítimas.
É importante buscar variadas fontes de informação, para que a nossa opinião
seja melhor formada, e não apenas segundo poucos
ou apenas um veículo de comunicação. Pare. Pense. Sinta. Respire. Reflita. Analise. Veja. Ouça. E
repita tudo novamente. E tenha em mente: fazer sua parte só indo na
manifestação não adianta, se você não agir no dia a dia com integridade e bom
caráter, tratando as outras pessoas bem e procurando sempre fazer a sua parte, em
casa, no trabalho, com a sua família, na rua e outros lugares públicos, sejam
eles como forem.
Através dos
links abaixo encontram-se opiniões diversas sobre os protestos e reivindicações sociais que estao ocorrendo. Basta digitar o link no
navegador da internet.
http://goo.gl/TFpqr -
Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos
armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no
Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil
e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho
Escravo.
http://goo.gl/Wrxqo
- Silvia Viana é professora de sociologia na FGV-SP, autora de Rituais de
Sofrimento e colunista no Le Monde Diplomatique Brasil.
http://goo.gl/TEKQS -
Carolina Daemon é supervisora certificada em Segurança, Meio Ambiente e Saúde
de plataformas de petróleo. Graduanda em Engenharia. Cozinheira e permacultora
autodidata. Responsável por 3 vira-latas resgatados.
http://goo.gl/70iko -
Manuel Castells é um cientista social da área de comunicaçoes. Escreveu mais de vinte livros, entre eles,
Sociedade em rede e A Galáxia da Internet.
http://goo.gl/FxZFE -
Ruth de Aquino é jornalista, Mestre em Comunicaçao
Social pela Escola de Economia de Londres, colunista, blogueira e repórter.