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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Por onde anda a democracia?




“A vida sem luta é um mar morto, no centro do organismo universal.” Machado de Assis

A onda de protestos no Brasil chegou de surpresa. O brasileiro levava a fama de acomodado e desinteressado há muitos anos. E devido ao aumento tarifário de transporte na metrópole São Paulo, foi organizado um protesto, que contou com uma reação da polícia local muito violenta. Neste mesmo momento, vários outros fatores coincidiram: a possibilidade das multidões se organizarem proporcionada pela internet, o descontamento com a saúde e educação falhas, o abuso nos gastos com a copa do mundo – onde é visto claramente que nosso país nao está preparado pra receber um evento desta dimensão. A população se deu conta que essas não eram só reivindicações individuais, e que tinham o poder de se juntar e ir às ruas.

Neste meio tempo, muita informação foi compartilhada pelas redes sociais. O assunto que tomou a timeline do facebook por muitos dias foram – e ainda são – os protestos, as reivindicações e a vontade de ir às ruas de muita gente. O Brasil se tornou notícia nos principais veículos de comunicação mundiais. Chegou o dia em que o Brasil ficou mundialmente conhecido pelo seu descontamento com a corrupção e o abuso de poder, e nao somente por suas belas praias, mulheres, carnaval, caipirinha, futebol e Amazônia! Quem tem experiências fora do Brasil sabe nossa imagem é toda em cima destes temas.

Grandes revoluções, como por exemplo, a Revolução Francesa, começaram com atos de descontentamento da população com assuntos pontuais, relativos a escassez financeira, o preço elevado dos alimentos e o abuso de poder. É comum durante protestos, que também acontecem imediatamente no Egito, na Síria e Argentina, ocorrerem atos de vandalismo e violência, nao sendo característica exclusiva do Brasil. Onde há democracia, deve existir a liberdade do povo de participar ativamente das decisões públicas. A democraria está em todos os protestos e reinvidicações legítimas.

É importante buscar variadas fontes de informação, para que a nossa opinião seja melhor formada, e não apenas segundo poucos ou apenas um veículo de comunicação. Pare. Pense. Sinta. Respire. Reflita. Analise. Veja. Ouça. E repita tudo novamente. E tenha em mente: fazer sua parte só indo na manifestação não adianta, se você não agir no dia a dia com integridade e bom caráter, tratando as outras pessoas bem e procurando sempre fazer a sua parte, em casa, no trabalho, com a sua família, na rua e outros lugares públicos, sejam eles como forem

Através dos links abaixo encontram-se opiniões diversas sobre os protestos e reivindicações sociais que estao ocorrendo. Basta digitar o link no navegador da internet.
http://goo.gl/TFpqr - Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
http://goo.gl/Wrxqo - Silvia Viana é professora de sociologia na FGV-SP, autora de Rituais de Sofrimento e colunista no Le Monde Diplomatique Brasil.
http://goo.gl/TEKQS - Carolina Daemon é supervisora certificada em Segurança, Meio Ambiente e Saúde de plataformas de petróleo. Graduanda em Engenharia. Cozinheira e permacultora autodidata. Responsável por 3 vira-latas resgatados.
http://goo.gl/70iko - Manuel Castells é um cientista social da área de comunicaçoes. Escreveu mais de vinte livros, entre eles, Sociedade em rede e A Galáxia da Internet.
http://goo.gl/FxZFE - Ruth de Aquino é jornalista, Mestre em Comunicaçao Social pela Escola de Economia de Londres, colunista, blogueira e repórter.