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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Como foi a minha gravidez

Em janeiro deste ano escrevi um texto sobre minha experiência quando estive grávida para o blog da Marcella. Segue texto na íntegra:




Independente das circunstâncias, acredito que ficar grávida, por si só, já é um tremendo desafio para nós, mulheres. Às vezes acontece em um momento inesperado, e este foi o meu caso. As circunstâncias não poderiam ser mais desafiadoras do que foram. Eu estava no meio de uma viagem de intercâmbio, do outro lado do mundo, quando minha menstruação atrasou.
Fui à ginecologista sem cogitar a ideia de gravidez. Depois de me examinar, ela assegurou-me que minha menstruação viria em alguns dias. Eu não estava tomando pílula, então, tinha ido até ela para conseguir uma receita médica.
Fiquei esperando a dita descer. Passou um tempo, não consigo lembrar ao certo quantos dias. Até que eu comecei a pensar na possibilidade de estar grávida. Comprei um teste. Na minha cabeça eu ainda não podia acreditar que aquilo poderia estar acontecendo comigo! Mas estava. Duas linhas azuis bem fortes surgiram com o resultado de mais de 99% de confiabilidade.
A partir daí minha vida mudou pra sempre. Naquele momento, ainda não pude pensar em todo o futuro que me aguardava. Na verdade, ter um filho até aí sempre tinha sido um pensamento muito distante pra mim. Eu não tinha como sentir, perceber ou entender como realmente as coisas iriam funcionar dali em diante. Veio a ansiedade, o medo do desconhecido, o peso da liberdade, a responsabilidade... Não foi fácil, mas aceitei todos os momentos de emoção, os bons e ruins, não sufocando-os.
A cada dia, uma nova surpresa. Ácido fólico, enjoo, nova dieta, quilos e mais quilos, exames, consultas, cálculos de datas e meses, preocupação com o parto e um novo e único sentimento no ar. O amor e o desafio de ser mãe. Hoje o Bernardo está com oito meses e meio e as surpresas e o aprendizado continuam surgindo cada vez mais. Me sinto muito feliz e gratificada por ter a oportunidade de ser mãe!


Camila Pagno – Mãe do Bernardo, 8 meses - 29-01-2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Desabafo da vida real

Sigo com a monografia... A passos lentos, mas a entrega é pro dia 17 de novembro. Coragem, Camila, Coragem!

Vou postar hoje um escrito meu do dia 8 de novembro de 2010. Como eu me sentia naquele dia. Muita coisa mudou (na época eu pensava que algo tinha sido roubado, até faz sentido, mas, hoje percebi que ganhei o melhor, mais importante e mais lindo presente da minha vida, que é meu filho, que transcende qualquer lugar, profissão e condição de vida), mas é bom rever os pensamentos do passado, e tem a ver com a história que me motivou a criar o blog...


Segue texto na íntegra:




Algo me foi roubado!
Não sei dizer ao certo o que é, se os sonhos – talvez o futuro
Sinto falta de alguma coisa que me pertencia, da qual eu fazia parte.
Sinto que aquela que era há pouco tempo atrás
Está perdida em algum canto.
Talvez eu devesse estar lá em Curitiba
Prestes a entregar meu projeto de conclusão
Deveria, eu? Estar no sexto semestre de jornalismo.
Mas o que foi que eu fiz?
Não sei. Em alguma esquina, em alguma ideia torpe que tive
Resolvi mudar o que agora me parece que andava bem.
Eu me sentia bem comigo mesma. Segura, confiante. Feliz, realizada.
Independente.
Eu me sentia bem com a minha cidade, meus ofícios e obrigações.
Mas como sempre, buscava algo mais.
Por isso decidi mudar de cidade, com data marcada pra voltar. Insatisfeita com tudo o que conquistei, procurei mais. Ir além. Mas, quebrei a cara. Primeiro por causa da minha desatenção. Falhei. Fui muito confiante e pouco precavida. Várias vezes. Por isso, fiz uma viagem mal planejada e impulsiva. Confiei de mais, pequei por não ter mais atenção na hora de fechar um contrato de intercâmbio e na hora h. Tive uma viagem mal-sucedida e um filho inesperado.
Mais um dilema
Voltar ou não?
Voltei. Porém, a vida nunca mais foi a mesma.
Grávida, voltei pra cidade da minha mãe. Pra casa dela. E agora com um bebê.
Voltei pra faculdade, não me adaptei ao estilo e aos colegas.
Queria minha vida de volta, como era antes. Queria Curitiba. Mas o que resta agora?
A possibilidade de terminar a faculdade, de casar, de criar meu filho,
De trabalhar como jornalista em uma empresa que não me reconhece como boa profissional, que eu não consigo realizar um bom trabalho, que não me sinto preparada pra trabalhar no momento.
O que devo fazer?